sexta-feira, 27 de agosto de 2010

INDIGESTA

A fome. A urgência. A posse. A invasão. A subversão. O desatino. As noites em claro. O vício. A ira. A perversão. O desvio. O ilícito. A placa de contra-mão. A obsessão. A ambiguidade. A indigestão. A impaciência. A desolação. Os pés cansados. O gole. O trago. A comida descendo na goela. O suor escorrendo nas mãos. O gozo precoce. As vergonhas escondidas. A adrenalina derramda nas veias. O desejo. A ambição. A cama e o pão. Aquilo que lateja, que queima, que arde, que consome. A infração. O medo. O martírio. A paixão. O outro lado da moeda. O segredo inconfessável. A outra versão dos fatos. O "rabo-preso". Tarja preta. Co-dependência. O instinto. A essência. A pele. O prazer. O absurdo. O sarro. O profano. O pecado. O carnaval. Escarro e excrementos. O excesso. O tédio. A traição. O odor. A fúria. O asco. A devoção. A febre. A volúpia. A sedução. A sacanagem. Os tropeços. As trapaças. O egoísmo. A vaidade. A face marginal. O orgulho. A impertinência. A ousadia. A santidade. A corrupção. Os orgasmos múltiplos. O soluço. A sede. Sangue nas roupas.
O cru. O nervo exposto. A dor.
O caos. A desordem. O conflito.
As fatalidades. A cárie. A gastrite. A enxaqueca. A mágoa. A cicatriz. A inquietação. A preguiça. A gula. A condenação. O paraíso perdido. O anjo caído. O bem e o mal.
A derrota. A simpatia forjada. A educação engasgada. A vontade de virar a mesa, jogar pro alto, explodir.
Deus, o diabo e a mulher.
O ponto fraco. O calacanhar de aquiles. O momento do bote.
O seu reflexo no espelho ou... 

Gizella Andrade!

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